Restart, o oshare kei brasileiro

Via: Rádio Blast!

Antes de tudo, quero dizer que este post não faz apologia a Restart, Cine, anti-Restart ou anti-qualquer-bandinha-colorida, Power Rangers style. Não estou aqui para criticar o trabalho de ninguém e muito menos defender ou proteger algo que eu gosto.
Estava pensando há alguns dias sobre o porquê de as pessoas terem repulsa ou paixão por bandinhas do momento. Simples: porque é momento! Alguém lembra da “Carla”, do LS Jack? Não?
Na minha opinião superparticular, eu nunca tive nada, mas nada mesmo, contra os emos. Por que eu iria reclamar de algumas pessoas se vestem de preto, querem ser melancólicas, se matar, criar um dialeto próprio e se destacar de pessoas normais? Gente, Fodam-se os emos, vamo brincar de vida e cada um cuidar da sua? Alguns meses se passaram, os emos sumiram e deram lugar a um tipo de criatura feliz e do bem! PÔ! OLHA QUE BOM! As pessoas que queriam se matar agora são felizes, contentes, alegres e sorridentes, coloridas e querem fazer o bem! E AINDA TEM GENTE QUE ACHA RUIM? Porra! “Ah, mas eles são muito viadinhos e bla bla blá!” Ok, mas o que você tem a ver com isso?
Mas o tema do post ainda não é esse...
Vamos às semelhanças... Imaginem: jovens, 20 e tantos anos, se vestem coloridamente e sem senso nenhum do ridículo (pros padrões da sociedade de hoje), coloridamente, com cabelos esvoltos ao ar, gel e chapinha que não acabam mais, que se juntaram e fizeram uma banda com um som que mistura rock e letras sobre insegurança de adolescência, paixões que nunca dão certo, mas que, independente do que cantem, sempre estão agitando uma legião de meninas que se vestem e se portam do mesmo jeito...
Que banda é essa? ... PPÊÊÊÊÊÊÊ!!! Resposta errada!

 

Todos acima são “homens”, pelo menos na certidão de nascimento.
Você, fã de oshare kei — que, segundo a Wikipédia, significa janotismo, que é o excessivo rigor ou luxo em se vestir —, pode se ajoelhar no chão e se morrer ao ver uma comparação dessa... Não é uma “puta falta de sacanagem”, mas o que me choca é ouvir dizer que os brasileiros é que são gays, os japoneses são excêntricos, RÁ, pra mim é tudo a mesma coisa.
De qualquer forma, a gente precisa de referência como bandas, astistas, movimentos, culturas e religiões pra gente poder escolher, recriar e definir nosso carater pra enfrentar a sociedade de hoje. E, graças a Deus, existem muuuuitas dessas referências, acho que não seria nenhum pouco legal se todo mundo, inclusive a sua mãe, o padeiro, seu cachorro, deixasse o cabelo crescer, botasse uma camisa do Só pra Contraiar, uma calça laranja, e saísse na rua gritando: “E AÍ, VEIO, TUDO NUMA NICE, MANO?”, “FAAAALA, MANO, TO DOIDERA! O QUE VAI LEVAR HOJE, VEIO?”, “PÔ, VEIO, ME DÁ UNS 2 PÃO AÊ, MANO”, “TÁ DE BRINKS COMIGO, VEIO, SÓ 2 PÃO, MANO?”, “É, VEIO, HOJE TÔ SECO, MANO”...
É, acho que não.
Justin Bieber, Luan Santana, Restart... De certa forma, eu cago de inveja destes caras, todos têm quase a mesma idade que eu e, num pulo, ficam famosos e aparecem no Faustão num domingo tedioso. E eu aqui, ralando, na minha vidinha furreca na frente de computador, escrevendo pra uma meia dúzia de pessoas que vão fechar a janela e dizer: Ronaldo!
Resumindo: cada um tem seu estilo, e, querendo ou não, são semelhantes e, ao mesmo tempo, diferentes de todo mundo, mas, no final, todos cagamos e morremos e vamos pro mesmo lugar! Pense nisso!
Mas me digam: entenderam alguma lição de moral neste post? Alguém me disse uma vez: “Se não conseguir convencê-los, confunda-os!”. Lição de vida.
PS¹: Eu ouço, mas não tenho nenhuma música das bandas/artistas citados neste post no meu iPod ganhado, obrigado.
PS²: Ouvir é uma coisa, gostar de ouvir é outra totalmente diferente.